Em todos os meios de comunicação, seja ele qual for, vemos com muita freqüência falar das crises conjugais: tem a crise dos dois anos de namoro, dos sete anos de casamento, dos quinze, dos vinte... Tem crise para todos os tipos de relacionamentos e para todas as datas, daqui a pouco vão até inventar uma coleção de crises assim como se comemoram as bodas de papelão, de papel, de prata, e por aí vai! Parece até que elas servem de consolo para justificar a crise atual ou o fio que está se partindo e com ele se parte também a relação. Afinal, não há nada mais confortante do que ter o próprio fracasso amoroso cientificamente embasado! E costuma-se ouvir: rompemos nosso namoro quando a crise dos dois anos chegou! Nosso casamento não resistiu à crise dos sete anos.
Vejamos, os casais se separam o tempo inteiro e cada vez mais, alguns com três meses, outros três anos, os mais persistentes trinta e quase que milagrosamente se chegam aos sessenta anos de matrimônio. O fato é que as separações já se tornam tão comuns e freqüentes que o Judiciário teve que passar grande parte dessa incumbência aos cartórios quando o processo ocorre de forma amigável. O IBGE registrou em 2007 que para cada quatro casamentos feitos, um é desfeito. Hoje em dia, é comum ver pessoas que já passaram por mais de um matrimônio. A que se deve isso?
O jargão de “A fila anda!” caiu no gosto dos cônjuges e tem persistido. O fato é que são inúmeras as razoes para um matrimônio desfeito, mas o que se observa claramente é que temperos fundamentais dessa grande receita conjugal têm faltado como: tolerância, paciência, persistência, abrir mão dos próprios desejos em prol dos desejos do outro, ser mais companheiro, enfim... Esses temperos andam caros e escassos. Os cônjuges já se enlaçam no matrimônio pensando que se não der certo se separarão. Parece que ninguém mais pensa ser “até que a morte nos separe”, mas “até que a próxima crise nos separe”.
Alguns casais apresentam alguns problemas referentes ao sexo, seja por inadequação inerente ao próprio casal, seja pela presença de alguma disfunção sexual de um deles ou de ambos. A disfunção sexual é caracterizada quando há algum transtorno persistente ou recorrente que dificulte ou impeça o ato sexual ou que dificulte ou impeça o objetivo do coito que é o prazer e conseqüentemente o orgasmo. Dentre as disfunções mais comuns temos a anorgasmia (inexistência de orgasmo); desejo sexual hipoativo (conhecida popularmente como frigidez, é uma baixa acentuada do desejo sexual); dispareunia (dor durante a penetração); vaginismo (contração da musculatura da vagina que impede a penetração); disfunção erétil (conhecida popularmente como impotência); e ejaculação rápida (conhecida como ejaculação precoce).
Casais em que um apresenta alguma disfunção ou os dois apresentam algum problema podem sentir mais dificuldade em se manter juntos, pois não sabem como lidar e compartilhar problemas desta ordem. É possível que um homem apresente uma disfunção erétil em decorrência de estresse e cansaço, ou por uma série de problemas no trabalho ou no financeiro e não compartilha dessas adversidades com a esposa, a esposa por sua vez começa a pensar que está sendo traída, que o marido não funciona com ela mas funciona com uma amante fictícia. A esposa pode apresentar problemas de baixa de desejo em decorrência de uma dispareunia causada por fungo ou bactéria não região genital, ao fazer amor, ela sente dor e incômodo e passa a não querer mais transar, o que é uma reação normal: se algo causa dor temos uma tendência natural a evitar o que nos causa dor, daí surge a baixa de desejo. Quando a infecção é tratada a dispareunia tende a desaparecer. A baixa de desejo também pode ser causada por distúrbios hormonais, inclusive na menopausa, bem como pelo uso de alguns medicamentos como antidepressivos, inclusive a depressão por si só já é uma grande vilã do desejo sexual.
Casais que sofrem com algum problema dessa ordem, seja em decorrência de problemas emocionais ou em decorrência de alguma infecção ou problema fisiológico, devem procurar tratamento e saber lidar com uma situação, na maioria das vezes não muito agradável. Ter um marido com problemas de ereção ou uma esposa com problemas de baixa de desejo causa sofrimento e pode minar a relação do casal. Muitos deles rompem depois de uma avalanche de problemas que culmina em uma disfunção! O que muitos têm que ter em mente é que às vezes a disfunção é do casal e não de um dos parceiros. O casal precisa ter noção disso. A disfunção sexual pode não ser a causa, mas a conseqüência de algo que não anda bem, e que o casal por vezes nem se dá conta!
Keila Oliveira
Psicóloga
Sexóloga
Terapeuta Sexual e de Casal
www.sexologia-clinica.com
Muito bom seu artigo....
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ExcluirSeja bem vinda Fátima! Acesse também www.sexologia-clinica.com, lá tem outros artigos e informativos!
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